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Coronavírus e os profissionais de estética automotiva. Parte 2

Por:Patricia de Oliveira Kocerginsky

        Biomédica Microbiologista

PRECAUÇÕES

As precauções para reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus se dividem em três grupos: precaução padrão, precaução de contato e precaução respiratória. Abaixo, os itens relacionados diretamente aos profissionais de estética automotiva, embora muitos se aplicam a qualquer indivíduo, independente da profissão:

PRECAUÇÃO PADRÃO

-Evitar contato próximo com clientes apresentando infecções respiratórias agudas;

-Lavar frequentemente as mãos (pelo menos 20 segundos);

-Evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienizar as mãos;

-Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;

-Os estúdios de detalhamento automotivos devem ter também álcool em gel ou líquido a 70% disponíveis para os funcionários e clientes, além de ter a limpeza geral do ambiente de trabalho em dia. Vale ressaltar que a vestimenta dos profissionais devem ser lavadas separadamente.

-Contatos com os clientes: Há quase um mês, com a chegada do novo coronavírus ao Brasil, recomendações do Ministério da Saúde foram feitas no sentido de evitar o contágio de pessoas próximas. Muitas estúdios de detalhamento automotivo fecharam o atendimento ao público ou reduziram drasticamente o atendimento presencial. Importante frisar que muitos profissionais receberam ou recebem em seu estúdio clientes vindos de regiões afetadas pelo COVID-19. Caso o profissional da estética automotiva tenha a necessidade de falar pessoalmente com um cliente, ambos deverão permanecer de 1-2m de distância. Nada de abraços ou aperto de mão. Lembrando que a pessoa pode transmitir o vírus mesmo quando não está apresentando nenhum sintoma.

-Usar lenço descartável para higiene nasal;

-Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;

-Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas no ambiente de trabalho;

-Manter os ambientes bem ventilados;

-Quem viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), além de evitar a circulação em mercados de animais e seus produtos.

PRECAUÇÃO DE CONTATO

-Luva de proteção (nitrilo, látex);

-Avental;

-Óculos de proteção

-Descontaminação das ferramentas e acessórios de trabalho com álcool a 70%, IPA ou Q2M Prep

PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA

Os EPI´s que devem ser utilizados por profissionais de detalhamento automotivo, o técnico Sergio Kocerginsky da Detail Shop Brasil já havia mencionado em artigo anterior publicado no blog, disponível em: https://blog.detailshopbrasil.com.br/seguranca-trabalho-esteticas-automotivas/. Porém, vamos reforçar quais devem ser utilizados para evitar infecção pelo novo coronavírus, como mostra a Figura 2:

A= Luvas nitrílicas; B= Avental de Microfibra; C= Óculos de proteção; D= Máscara PFF2/N95

DICA DO RINO: DESCONTAMINAÇÃO DE SUPERFÍCIES AUTOMOTIVAS

Algumas superfícies estão propensas a ter um maior número de vírus por estarem mais sujeitas ao toque das mãos, como: maçanetas, volante, câmbio de marcha, sistema de multimídia, bancos (seja de tecido ou de couro). Aí você pode ainda imaginar outra situação: Se um cliente espirrar ou tossir no interior do veículo com ar condicionado ligado, ele pode espalhar o vírus por todo o interior do mesmo!

A Chemical Guys e a Gyeon Quartz dispõem de produtos que podem ser utilizados na descontaminação de superfícies automotivas. Lembrando que os descontaminantes não têm ação específica contra o coronavírus, porém tornam as superfícies mais seguras para o manuseio, diminuindo o risco de contaminação. Abaixo, a lista de alguns produtos descontaminantes que podem ser utilizados no interior do veículo:

OZÔNIO NO COMBATE AO NOVO CORONAVÍRUS?

Uma hipótese levantada no combate ao novo coronavírus é a utilização do ozônio para descontaminação de superfícies inanimadas. Artigos científicos antigos e mais recentes comprovam a ação microbicida do ozônio em diferentes micro-organismos como fungos (sobretudo espécies de Candida), bactérias (como Escherichia coli, Staphylococcus, Streptococcus, Bacillus, Salmonella, Mycobacterium, etc), protozoários (Giardia e Criptosporidium) e alguns vírus (como vírus da Poliomielite, Poliovírus PV1, rotavírus SA-11, Coxsackievirus B5 e A9 e Fago F2).  O ozônio é um poderoso agente oxidante e é eficaz até para as formas esporuladas dos micro-organismos que são mais resistentes. Os vírus em geral são muito mais resistentes ao ozônio do que as bactérias vegetativas, porém menos resistentes que as bactérias esporuladas. Já os vírus na forma de fagos são bastante sensíveis ao ozônio. O ozônio nos vírus age sobre as proteínas que compõem o capsídeo viral (estrutura do vírus que protege o material genético e é composto por proteínas), ocorrendo o comprometimento da capacidade infecciosa do vírus, uma vez que essas proteínas são responsáveis pela fixação do vírus na célula hospedeira. Altas concentrações de ozônio podem destruir completamente este capsídeo. O ozônio também pode danificar o material genético do vírus, levando à inativação da partícula viral.

               Segundo a matéria publicada por Bruno Mena Cadorin da WIER (disponível em: http://wier.com.br/como-o-ozonio-evita-proliferacao-do-coronavirus/), ainda não existe comprovação científica de que o ozônio é eficaz no combate ao novo coronavírus mas que  baseado no mecanismo de ação do ozônio contra outros vírus e contra diversos outros micro-organismos como bactérias, protozoários e fungos, pode-se dizer que é possível e muito provável que o ozônio também possa matar esse novo Coronavírus causador da COVID-19. Bruno é doutor em química pela UFSC, especialista em tecnologias de plasma e ozônio e autor de livro. Para saber mais sobre geradores de ozônio para descontaminação de superfícies inanimadas, acesse: http://wier.com.br/gerador-de-ozonio-o-que-e/.

UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA PARA VENCERMOS JUNTOS O CENÁRIO ATUAL

A pandemia pelo novo coronavírus tem provocado mudanças de hábitos, isolamento social e muita preocupação, falando agora de maneira mais profissional, com o aumento do dólar e recebimento de produtos, o que tem deixado muitos empresários e demais profissionais ansiosos e aflitos com o desenrolar das negociações nos próximos dias ou meses.  Mas lembre-se: você está vivendo algo que nenhum ser humano tem o controle nas mãos. Ficar ansioso ou aflito vai mudar a realidade? Infelizmente, não. Recomendamos a leitura de um artigo intitulado Coronavírus: ‘Contagiante mesmo deve ser nosso cuidado pelo outro’ neste Dia da Felicidade, publicado no Jornal do Comércio de Pernambuco e escrito pelo Dr. Bruno Severo Gomes da UFPE: “É hora de aprendermos a enxergar o lado bom diante de algo tão desfavorável. Ressignifique o momento presente. É a oportunidade para vivermos um ritmo de vida diferente e desacelerarmos.  Manter a saúde mental em dia e controlar a ansiedade é crucial para enfrentarmos esse momento da melhor maneira. A pandemia nos relembra a importância de que o planeta é o mesmo para todo mundo e por isso precisa ser cuidado. Voltamos a nos preocupar mais uns com os outros. Não basta mais apenas eu estar bem, o outro também deve estar bem”. Profissionais de estética automotiva, apesar de vocês não enxergarem, os micro-organismos fazem parte de sua rotina! Cuide-se e proteja-se! O cuidado com o veículo anda de mãos dadas com a sua saúde! E assim, mesmo sem beijo, sem abraço, sem aperto de mão, manteremos nossa cordialidade, empatia e compaixão para com nossos clientes. Juntos somos mais fortes do este vírus que está ditando as regras no momento. E quando menos esperarmos, ele (o vírus) passará e tudo voltará ao normal!

REFERÊNCIAS

CHENG, V. C., LAU, S. K., WOO, P. C., YUEN, K. Y. Severe acute respiratory syndrome coronavirus as an agent of emerging and reemerging infection. Clinical Microbiology Reviews, Vol.20, n.4, p.660-694, 2007.

DOREMALEN et al. Correspondence: Aerosol and Surface Stability of SARS-CoV-2 as Compared with SARS-CoV-1. The New England Journal of Medicine, 2020.

KAMPF et al. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents. Journal of Hospital Infection, vol.104, p. 246-251, 2020.

MENACHERY, V. D., YOUNT JR, B. L., DEBBINK, K., AGNIHOTHRAM, S., GRALINSKI, L. E., PLANTE, J. A., … & RANDELL, S. H. A SARS-like cluster of circulating bat coronaviruses shows potential for human emergence. Nature medicine, Vol.21, n.12, 1508, 2015.

RIBEIRO et al.  Eficácia e efetividade do álcool na desinfecção de materiais semicríticos: revisão sistemática.Rev. Latino-Am. Enfermagem, vol. 23, n.4, p.741-752, 2015.

SILVA et al. Potencialidades do uso do ozônio no processamento de alimentos. Semina: Ciências Agrárias, V.32, n.2, p. 659-682, 2011.

GOMES, B.S. Coronavírus: ‘Contagiante mesmo deve ser nosso cuidado pelo outro’ neste Dia da Felicidade. Jornal do Comércio, 2020.

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Coronavírus e os profissionais de estética automotiva. Parte 1

Por:Patricia de Oliveira Kocerginsky

        Biomédica Microbiologista

Considerando que uma das formas de transmissão do coronavírus entre as pessoas é através de objetos ou superfícies contaminadas, os profissionais da estética automotiva entram diariamente em contato com superfícies internas do carro que podem conter o vírus. Estudos científicos mostram a sobrevida do coronavírus em diferentes superfícies automotivas como plástico, vidro, borracha, metais, tecido, etc. Sem falar que esses profissionais lidam com clientes, ministram cursos/workshops, realizam consultoria, sendo mais do que nunca fundamental, diante deste atual cenário de pandemia pelo coronavírus, entender os riscos e tomar os devidos cuidados individuais e coletivos. Vocês constatarão que “os corona” gostam muito de “pegar carona”! Boa leitura!

CENÁRIO ATUAL

No dia 26 de Fevereiro de 2020 foi confirmado o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Brasil. O nome oficial do novo coronavírus é SARS-COV-2, coronavírus que causa a Síndrome Respiratória Aguda Severa 2. A doença causada por este agente viral foi denominada COVID-19 (CO=Corona; VI=vírus; D=doença) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Devido a sua alta transmissibilidade, rapidamente a epidemia pelo novo coronavírus ou SARS-COV-2 se transformou em uma Pandemia.

Só para fins informativos, enfrentamos uma epidemia quando há um aumento muito acima do esperado do número de casos de determinada doença e em várias regiões, podendo se limitar a várias regiões de um único país ou continente. Já a Pandemia, é quando o número de casos dessa mesma doença aumenta expressivamente disseminando-se para vários países e continentes. É o caso da COVID-19 que já atingiu mais de 118 países distribuídos ao redor do mundo.

Desde os primeiros casos oficiais na China em dezembro de 2019, o mundo ficou em alerta e, principalmente nos países atingidos, incluindo o Brasil, estão sendo adotadas medidas de contenção do vírus, com o intuito de combater a sua propagação. Até dia 20/03, foram confirmados 904 casos de COVID-19 no Brasil com 11 mortes, a maioria delas ocorridas no Estado de São Paulo. No mundo, já foram confirmados mais de 270.000 casos com pouco mais de 11.000 mortes, o que tem gerado mudança de hábitos individuais e senso de coletividade na luta contra esta infecção viral.

Antes de entrarmos na relação do novo coronavírus com a estética automotiva, vamos conhecer um pouco mais sobre as características destes vírus.

O QUE SÃO CORONAVÍRUS?

Os coronavírus (CoV) já existem e circulam no país e no mundo há décadas! Fazem parte de uma grande família viral conhecida desde meados dos anos 1960, responsáveis por infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Os coronavírus humanos são considerados a segunda principal causa de resfriado comum (após os rinovírus), segundo a Organização Pan-Americana de Saúde. Até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum. Porém, existem variedades mais agressivas destes vírus que podem causar pneumonia e síndromes agudas, como a SARS-Cov (coronavírus relacionado à Síndrome Respiratória Aguda Severa) descrita em 2002/2003, a MERS-Cov (coronavírus responsável pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio) identificada em 2012, e a SARS-Cov-2 (Síndrome Respiratória Aguda Severa 2 causada pelo novo coronavírus) em 2019. Ao todo, sete coronavírus humanos (HCov) já foram identificados:

– HCov-229E

– HCov-OC43

– HCov-NL63

– HCov-HJU1

– SARS-Cov

– MERS-Cov

– SARS-Cov2.

QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA COVID-19?

A maioria dos pacientes quando não são assintomáticos, desenvolvem sintomas parecidos com os do resfriado comum (Figura 1) como coriza, tosse, fadiga muscular e febre, de modo que muitas vezes não há como diferenciar COVID-19 do resfriado comum. No entanto, observações feitas em pacientes com diagnóstico confirmado de infecção pelo novo coronavírus e que evoluem para a forma grave da doença, apresentam como sintomas mais expressivos a febre intermitente (passa e retorna depois) e insuficiência respiratória gradativa, caracterizada pela Síndrome do desconforto Respiratório Agudo (SDRA). Vale ressaltar que os indivíduos que geralmente evoluem para a forma grave da doença são os idosos, por frequentemente apresentarem outras comorbidades; pessoas com doenças crônicas como Diabetes e hipertensão ou aqueles que apresentam alguma debilidade imunológica.

DOENÇA
Fonte: https://infograficos.oglobo.globo.com/sociedade/2019-ncov-o-novo-coronavirus.html

COMO SE ADQUIRE A INFECÇÃO PELO NOVO CORONAVÍRUS?

Está ainda sob investigação a transmissão fecal-oral, já que estudos afirmam que pacientes com o novo coronavírus eliminam o vírus através das fezes, o que poderia contaminar água e alimentos. Outra forma de transmissão em estudo é via animal silvestre, tendo em vista que a origem da pandemia do COVID-19 foi em um mercado de Wuhan, na China, que vendia alimentos e animais vivos. Provavelmente morcegos – que são reservatórios naturais do vírus- podem ter infectado algum outro animal silvestre que era exposto no mercado, contaminando pessoas ali presentes. Já se levantaram suspeitas ainda não comprovadas contra peixes e cobras.

O que está definido até o momento é a transmissão entre pessoas, a qual se dá de 3 maneiras:

1) Através das gotículas de saliva que são eliminadas no ar quando a pessoa tosse, espirra ou fala

2) Por contato físico, quando essas gotículas com o vírus alcançam mucosas do olho, nariz e boca.

3) Por meio de contato com superfícies contaminadas (contágio indireto).

                O contágio indireto é determinado pela contaminação das mãos. Caso estas sejam levadas à boca, nariz ou olhos sem a devida higienização prévia, o indivíduo pode desenvolver a doença. Os profissionais da estética automotiva estão expostos ao vírus durante sua rotina de trabalho, seja atendendo clientes, ministrando/participando de cursos/workshops ou realizando os cuidados automotivos. É aí que entro na relação do novo coronavírus com a estética automotiva!

Alguns estudos científicos publicados em revistas internacionais já foram realizados com o objetivo de verificar o tempo de sobrevida/resistência de vários tipos de coronavírus em diferentes superfícies. O primeiro deles, publicado como Nota científica na Revista New England Journal of Medicine verificou a sobrevida do coronavírus em aerossóis e em quatro superfícies por sete dias sob temperaturas de 21°C e 23°C. A tabela abaixo mostra as superfícies testadas e o tempo de sobrevida do vírus em cada uma delas:

Para o experimento, os pesquisadores utilizaram uma amostra líquida contendo o novo coronavírus (SARS-COV2) e a colocaram em um aparelho nebulizador para produção dos aerossóis (gotículas microscópicas) em quantidade comparada àquela produzida por uma pessoa ao tossir ou espirrar. Verificaram que as partículas do vírus podem permanecer viáveis no ar por quase 3 horas, além de contaminar todas as superfícies próximas. Com relação às superfícies testadas, o plástico e o aço inoxidável dão mais estabilidade ao novo coronavírus e principalmente o primeiro está presente em grande quantidade no veículo, fazendo parte da realidade de profissionais da estética automotiva.  

O estudo não verificou a sobrevida do vírus em tecido, mas outros estudos com outros patógenos mostram que no geral, os vírus sobrevivem de 72 a 96 horas neste material. A porosidade do tecido facilita a deposição e retenção de gotículas de saliva, limitando a acessibilidade do sabão e da água e ampliando a sobrevida do vírus.

Outra pesquisa realizada por Kampf et al. (2020) em uma Universidade da Alemanha, baseada na revisão de 22 estudos anteriormente publicados com os velhos coronavírus (SARS E MERS), verificou que esses vírus podem sobreviver em superfície e objetos inanimados por aproximadamente uma semana.  Ou seja, se uma pessoa saudável entrar em contato direto com essa superfície nesse período, ela poderá ser infectada. Esta variação do tempo de sobrevida é devido ao tipo de coronavírus presente, à superfície em questão e às condições ambientais. Uma gotícula de saliva por exemplo contém água e proteínas da saliva. Uma gotícula de secreção respiratória tem muco, proteína e restos celulares. Todo esse material orgânico protege o vírus e aumenta a sobrevida dele no ambiente em dada superfície. Além desse material orgânico, a porosidade também interfere nesse tempo, como discutido anteriormente.

Esta pesquisa constatou que tempo médio de vida dos coronavírus em superfícies sob diferentes temperaturas (4°C, 20°C, 21°C, 22°C, 25°C e 30°C) variou entre 2 horas e nove dias (Tabela 2). Os vírus conseguem prosperar em vários materiais diferentes, incluindo aço, alumínio, madeira, papel, plástico, látex e vidro. Sendo assim, a pesquisa sugere que os coronavírus podem “pegar carona” em um objeto e sobreviver por cerca de uma semana. Além disso, a baixa temperatura e a alta umidade do ar aumentam ainda mais sua vida útil desses vírus, o que aumenta a probabilidade de infecção. Isto implica dizer que o pico desta infecção aqui no Brasil ainda está para acontecer, uma vez que estamos na transição do verão para o inverno.

Tabela 2. Tempo de sobrevida de coronavírus em diferentes superfícies Fonte: Kampf et al. (2020)

O estudo ainda observou que alguns coronavírus têm menos resistência a temperaturas mais altas como 30°C ou 40 °C.

Por tanto, cuidados devem ser tomados nos processos de detalhamento automotivo, tendo em vista que os profissionais lidam diariamente com muitos materiais que facilitam a permanência do novo coronavírus, além dos clientes que atendem, dos cursos que ministram/participam e da própria vestimenta utilizada durante o trabalho. Vale ressaltar que este novo vírus foi identificado recentemente e, por isso, ainda não há tratamento específico e nem vacinas disponíveis! Por tanto, da criança ao idoso, é necessário cautela e medidas preventivas colocadas em prática constantemente.

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Continue a Leitura na PARTE 2 da matéria sobre o Coronavírus e a Estética Automotiva.

Ergonomia: Segurança do Trabalho na Estética Automotiva

Por Sergio Kocerginsky

Conforme mencionado no artigo anterior, sou Técnico de Segurança do Trabalho e atuo com produtos e soluções para estéticas automotivas. Em todas as minhas visitas, aproveito para bater um papo com os clientes, no intuito de estreitar os laços e coletar mais informações para poder melhor atendê-los.

Durante essas conversas sempre aproveito para saber como está a saúde de meus clientes e as respostas, na maioria das vezes, são as mesmas: dores na coluna e nas articulações. Também sempre há queixas de estresse, levando-os à automedicação com a justificativa de conseguirem efetuar o trabalho sem dor, ou mais calmos. 

Mas quais são os motivos dessas dores? Por que tanto estresse? O que esses profissionais de estética automotiva andam fazendo de errado com seu corpo e mente? Certamente a resposta mais simples para essa pergunta, seja a falta de prevenção dos riscos da ergonomia, um assunto de extrema importância que veremos nesse segundo texto de nossa série, Segurança no Trabalho para Estéticas Automotivas.

Riscos na Ergonomia

Ergonomia consiste no estudo da organização do ambiente de trabalho, na qual existem interações entre seres humanos e máquinas. Riscos ergonômicos, por sua vez, são todas as condições que afetam o bem-estar do indivíduo, seja fisicamente ou mentalmente. Essa desorganização generalizada, pode ser compreendida como um dos fatores que interfere nas características psicofisiológicas do profissional, provocando desconfortos e problemas de saúde. 

São exemplos de riscos ergonômicos: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada e outros. Há de se convir que na estética automotiva existe uma interação intensa de seres humanos com máquinas, além disso, os riscos citados acima estão presentes frequentemente na rotina desses profissionais. 

Desde uma simples lavagem à um polimento técnico, o detailer está sempre sujeito a sofrer com alguns dos danos ergonômicos, porque suas atividades requerem posições e posturas que colocam a coluna e a musculatura em risco. Além de movimentos repetitivos que podem acarretar no desenvolvimento de doenças como, por exemplo, LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Ambas as doenças geram sintomas como dor nos membros superiores e nos dedos, dificuldade para movimentá-los, formigamento, fadiga muscular e redução na amplitude do movimento. 

Outro grande risco ergonômico, é o ritmo excessivo de trabalho. Sabe aquele carro que combinou de entregar para o cliente no final do dia? Então ao perceber que o dia está acabando, e o carro não está nem na metade do serviço, automaticamente você começa a triplicar a velocidade dos processos. O problema é que com esse aumento de velocidade,  acaba-se perdendo a qualidade do acabamento. E com isso, muito provavelmente, você ficará nervoso e angustiado, para conseguir dar a volta por cima, e entregar o carro ao cliente no horário combinado, e também  com a qualidade prometida. 

Só de pensar nisso, já dá uma agonia, agora imagina isso todos os dias. Pois é, a rotina do profissional de estética automotiva é dolorosa e estressante. Discutimos sobre uma série de riscos na segurança do trabalho, e situações desfavoráveis a ergonomia. Vamos agora abordar as soluções para prevenir esses problemas. 

Ações preventivas

ergonomia

Na ergonomia, os meios preventivos mais usados são os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) ergonômicos e a aplicação de ações preventivas na rotina do profissional.  Os principais EPIs recomendados para os profissionais de estética automotiva são: Cintas; Adaptadores ergonômicos para cadeiras; Banquetas ergonômicas; E munhequeiras (Figura 1). 

Tais EPIs auxiliam na reeducação postural, exercendo alívio da pressão nas regiões afetadas, protegendo a coluna, membros e articulações, aumentando a rigidez muscular e também reduzindo a força muscular excessiva. 

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Figura 1. Principais EPIs ergonômicos utilizados na estética automotiva

Com relação às ações preventivas, a chamada ginástica laboral, pode ser adotada dentro do ambiente e da rotina de trabalho. Vale ressaltar que tais ações devem ser conduzidas pelo menos uma vez antes, ou durante o expediente de trabalho com duração de 10 a 15 minutos, e sob orientação de um profissional de saúde capacitado. 

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Profissionais que adotam uma conduta positiva, como as citadas acima, certamente encontraram benefícios além da proteção contra os possíveis riscos ergonômicos. O cuidado com a ergonomia, ainda melhoram a qualidade de vida do profissional, aumentam a produtividade, e gera mais eficácia e equilíbrio a rotina.

Se você é profissional de estética automotiva, e tem dúvidas sobre as questões como as citadas acima, procure um Técnico em Segurança do Trabalho para melhor te orientar sobre as medidas preventivas e protetivas. Com orientação e adoção de bons hábitos, é possível transformar a rotina árdua de trabalho, em qualidade de vida.

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Segurança do Trabalho para Estéticas Automotivas: Sistema Respiratório

Segurança do trabalho para estéticas automotivas: sistema respiratório

A beleza e o perigo podem caminhar de mãos dadas

Por Sergio Kocerginsky

Meu nome é Sérgio Kocerginsky, trabalho na área comercial e técnica da Detail Shop Brasil, uma importadora de produtos de alto padrão para estéticas automotivas, em meu cotidiano visito clientes de diversas regiões e realidades do Brasil. Uma de minhas formações é como técnico em segurança do trabalho, área na qual atuei por muitos anos na parte técnica e lecionando.

Desde que comecei a atuar no segmento de detalhamento automotivo tenho me deparado com inúmeros potenciais desastres no que se diz respeito a segurança do trabalho. Uma grande parte dos profissionais do segmento de detalhamento automotivo não lida da maneira ideal com a sua segurança nos trabalhos realizados cotidianamente para os nichos de estéticas automotivas, isso acontece muitas vezes pela falta de orientação a respeito do tema.

Para tratar de forma correta sobre o tema Segurança no Trabalho para Estéticas Automotivas, iniciaremos uma série de artigos com a finalidade de mostrar alguns riscos eminentes da profissão, além de apresentar possíveis medidas preventivas existentes para o segmento.

Nesse primeiro texto trataremos dos riscos que essa profissão apresenta ao seu sistema respiratório.

Riscos ao sistema respiratório

Os riscos ao seu sistema respiratório estão presentes desde o processo de lavagem até a aplicação de um revestimento. O detalhamento automotivo como um todo é um serviço realizado com produtos químicos, desde o processo de lavagem o profissional entra em contato com diversos desses produtos, portanto a segurança do trabalho para estéticas automotivas é mais que prioridade.

Um dos riscos que mapeei nesse processo acontece no momento em que os profissionais fazem o uso de máquinas de pressão com a finalidade de higienização, por exemplo, no decorrer desta tarefa respingos de água misturadas com produtos químicos costumam ser direcionadas para as vias respiratória em alta velocidade, correndo até mesmo o risco de ingestão dessas partículas e isso pode desencadear em intoxicações e doenças crônicas no trato digestivo e/ou respiratório.

No processo de polimento, notei diversas ameaças à saúde do profissional, os riscos dessa função estão atrelados ao pó ou poeira provenientes do verniz, dos compostos polidores e seus elementos químicos danosos. Os resíduos que surgem do polimento são rapidamente dispersos no ar, devido ao atrito da máquina com a peça do carro e uma vez dispersos, entram em contato com as vias respiratórias podendo causar doenças gravíssimas no trato respiratório.

A aplicação de restauradores de brilho, ceras e selantes também apresenta alguns riscos, por mais que alguns desses produtos possua origem natural/vegetal, eles podem liberar poeira e/ou vapor nocivos à saúde de quem trabalha com estéticas automotivas.

Revestimentos à base de vidro, cerâmicos e nano cerâmicos, são produtos que oferecem um elevado risco respiratório, pois liberam no ambiente vapores químicos orgânicos de alta volatilidade que podem corroer os tecidos e mucosas ao serem inalados e apresentam um elevado risco de danos neurológicos.

Soluções aos problemas apresentados nas estéticas automotivas

Para todos os perigos citados acima existem alternativas de proteção, coletivas e individuais. Vamos falar um pouco dos EPIs e EPCs. Os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) são dispositivos de uso individual utilizados pelos trabalhadores, destinados a proteção contra elementos capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde. Os EPCs (Equipamentos de Proteção Coletivas) são os dispositivos ou sistemas pensados para o âmbito coletivo, destinados à preservação da integridade física e da saúde dos trabalhadores, assim como a de terceiros.

Estéticas Automotivas

Tratando-se da proteção das vias respiratórias, o EPC mais utilizado pelas empresas é o sistema de exaustão e de controle da umidade do ar e temperatura, já os EPIs também chamados de EPRs (Equipamentos de Proteção Respiratórios), variam de uma simples máscara de proteção ao uso de um respirador com proteção química contra vapores orgânicos.

Estéticas Automotivas

Existem também algumas medidas ambientais que podem ser tomadas para auxiliar à segurança dos profissionais que trabalham com estética automotiva (ambiente bem arejado, água tratada, estrutura física íntegra e adequada).

Estéticas Automotivas

Entrando para o cotidiano de uma Estética Automotiva, recomendamos para o processo de lavagem uma máscara de proteção simples associada a um protetor facial em acrílico, isso já será o suficiente.

Para o polimento indicamos um respirador PFF2, ele suprirá a segurança do profissional. Este mesmo equipamento poderá ser utilizado para revitalizações, aplicações de ceras e selantes e para higienizações internas.

Na aplicação de revestimentos cerâmicos, o equipamento mais indicado é um respirador facial contra vapores orgânicos, podendo ser descartável ou permanente, com troca de cartuchos.

Recomendamos que os profissionais de estéticas automotivas contêm com um Equipamento de Proteção Individual (EPI) para cada tipo de serviço prestado, visto que no Brasil os equipamentos de alta proteção são ergonomicamente desconfortáveis. Internacionalmente já existem opções de equipamentos com alta tecnologia para proteção das vias respiratórias, estes oferecem uma ampla proteção associada ao conforto e ergonomia.

Vale ressaltar que a utilização destes equipamentos de proteção sem o devido treinamento não tem valor algum, pois é através de um treinamento que o profissional aprende a utilizá-los da maneira correta.

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Sergio Kocerginsky

Representante Técnico-Comercial Detail Shop Brasil

Técnico em Segurança do Trabalho

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