Essa série de matérias sobre Defeitos e Correções de Pintura tem por objetivo, acima de tudo, instruir os amantes de carro ou pessoas que desejam investir em serviços de detalhamento automotivo para seus veículos, especialmente nesse artigo sobre polimento.
Nos dois primeiros artigos, tratamos sobre os hologramas e excrementos de pássaros, nesse terceiro texto exploraremos um problema mais subjetivo do polimento – o processo de correção de pintura.
O QUE É PRECISO PARA FAZER O PROCESSO DE CORREÇÃO DE PINTURA (POLIMENTO)?
Realizar uma correção de pintura requer do profissional muita técnica, trabalho preciso, um certo investimento em vários recursos para a realização de um serviço de qualidade. O processo popularmente conhecido como Polimento é um dos mais desafiadores na área de detalhamento automotivo e um dos mais nebulosos para pessoas que desconhecem todas as nuances do procedimento. É possível imaginar que um detailer está se portando de maneira abusiva, já que outros profissionais lhe disseram que levariam menos tempo para realizar determinado serviço e por um valor consideravelmente mais baixo. Inicialmente devemos considerar que os detailers são treinados e realizam seus trabalhos de forma distinta, em especial quando se trata de Correção de Pintura (polimento).Um polimento rápido!
Um brilho rápido!No mundo da correção de pintura, NENHUMA dessas declarações citadas acima são precisas. Na verdade, esse tipo de pronunciamento por parte de um profissional, representa muitas vezes um alerta, de que no longo prazo seu carro pode, no entanto, acabar pior do que estava antes de realizar o serviço. Com o objetivo de uma compreensão mais completa sobre o assunto, trataremos de uma das maiores dificuldades advindas do processo de polimento, referente a escolha do setup correto de boinas e compostos para cada tipo de verniz e profundidade dos defeitos na lataria do veículo, defeitos estes que devem ser tratados de forma específica para não agredirem a pintura do carro, são eles os arranhões, micro riscos e substâncias com pH ácido etc.

Escolha do Setup
Existem vários fatores determinantes na escolha do Setup, por exemplo, cada modelo de carro possui um tipo específico de verniz, alguns são mais macios e outros mais duros e com espessuras distintas. Outros pontos que devem ser levados em consideração são: se o veículo já recebeu serviço de polimento, se existe um revestimento cerâmico aplicado na pintura, se o veículo já foi repintado etc. Outro fator determinante na Escolha de Setup é a profundidade dos arranhões, micro riscos, hologramas ou marcas causadas por elementos com pH ácido etc. Por isso, para chegar no resultado mais preciso de quais recursos utilizar, são necessários testes sob a superfície do veículo, esse trabalho exige muito cuidado, conhecimento e tempo do profissional. O objetivo do teste de setup é, portanto, determinar o conjunto de boinas e compostos polidores que serão utilizados em cada caso, para isso, os detailers iniciam o teste em uma pequena área do capô, com boinas e compostos que contém um grau de abrasão intermediário e vão analisando o comportamento desse conjunto em relação as lesões encontradas no verniz. Assim, a partir daí, alternam compostos e boinas até encontrarem a abrasão ideal para remover somente o necessário da camada de verniz, preservando ao máximo a superfície, a partir daí iniciam o polimento do restante do veículo. É importante frisar que o teste de setup não causa danos ao verniz do veículo e é extremamente necessário, pois um polimento mal feito pode gerar seus próprios defeitos na pintura.Hologramas
Como citado no decorrer do texto acima, o polimento também pode causar seus defeitos próprios – os mais comuns e gritantes são os hologramas. Para realizar o polimento, os profissionais utilizam máquinas politrizes, como as Roto Orbital e as Rotativas, ambas exercem funções semelhantes, com algumas características distintas entre elas. Qualquer uma destas máquinas pode causar hologramas na superfície do veículo, porém, no final das contas, tudo vai depender do profissional que está operando a máquina e dos produtos utilizados no serviço. O real problema é que muitas estéticas de detalhamento, que tem por objetivo a maior produção possível, faz com que seus funcionários utilizem a politriz rotativa, não porque sejam especializadas para o serviço em questão, mas porque essa politriz oferece um resultado mais rápido. O uso de uma politriz rotativa combinado com a falta de habilidade do profissional e abrasivos pesados, como as massas de polir e boinas de lã de baixa tecnologia causam hologramas que muitas vezes podem ser desastrosos aos veículos. Isso não é para denegrir o uso ou valor de uma politriz rotativa, visto que trabalhos magistrais podem ser realizados com esse tipo de máquina. Essas informações não significam que estéticas que realizam os serviços focados em produção não tem espaço, visto que esses serviços existem pela mesma razão que as lavagens automáticas de carros, ou seja, o mercado busca majoritariamente por serviços mais baratos e mais rápidos, a demanda por esse tipo de finalidade é verdadeira e notável.
Processo de polimento
Um processo de polimento feito corretamente pode levar muitas horas e até dias, sem incluir o tempo para o isolamento do veículo, a lavagem, descontaminação do verniz, cera ou quaisquer outros passos. Não é o que todo mundo quer ouvir, mas existem fast foods e versões cozidas desaceleradas da mesma refeição. Afinal, se você colocar lado a lado o trabalho de uma estética que foca na produção de muitos serviços, à uma estética que possui um volume baixo de serviços, não haveriam comparações em relação ao resultado obtido. Consequentemente, a finalidade deste texto não é atacar os centros de detalhamento que trabalham com um maior volume de produção, esses locais geralmente tem restrições reais, devido ao tempo e recursos limitados.
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